‘Sou radicalmente contra policiais na escola’, diz professora vítima de ataque em colégio de SP
Professora da escola estadual Thomázia Montoro, em São Paulo, Ana Célia da Rosa foi uma das pessoas feridas pelo agressor de 13 anos na última segunda-feira. Perguntada sobre uma proposta de colocar policiais aposentados em escolas por segurança, ela disse ser ‘radicalmente contra’. ‘Esse não é o caminho’, pontua. ‘A gente tem que fazer diferente, fazer educação. Nossa missão é fazer a criança gostar de livro.’ As informações são da CBN São Paulo.
A professora Ana Célia da Rosa diz que, em vez de colocar policiais nas escolas, é preferível seguir com o fortalecimento do Conviva. ‘O projeto do Conviva é magnífico’, afirma. ‘É uma política pública maravilhosa, porque ter psicólogo nas escolas é muito importante. Nós já tivemos e melhorou bastante.’
A educadora foi golpeada por um estudante de 13 anos na escola estadual Thomázia Montoro na última segunda-feira, quando pediu ajuda ao agressor ao ver a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, no chão. A colega morreu no local. De licença, Ana Célia projeta ansiosamente a volta às salas de aula, apesar do trauma do episódio.
‘Meu desejo de voltar é baseado no carinho que recebi e recebo dos meus alunos, explica. ‘É um momento de acolhimento. Agora é hora de união: eu abraço um, um abraça outro e vamos formando um grande abraço coletivo.’
Ana Célia conta que trabalhou com Elisabete por quase dois meses. Segundo ela, a amiga era muito querida na comunidade escolar. ‘Eu achava ela muito engraçada, porque ela sempre falava na terceira pessoa: ‘A Bete faz, a Bete gosta…’, lembra. ‘Apesar de ter ficado pouco tempo, ela veio para contribuir e deixou sua marca. Não uma marca de tristeza, mas de boas recordações dos alunos. Nós vamos lembrar dela com carinho.’
Tanto em 2021 quanto em 2023, quando o autor do ataque estudou na escola Thomázia Montoro, Ana Célia não deu aulas para ele. Ela evita falar sobre o caso específico dele, mas destaca a importância de observar as estruturas familiares dos estudantes. ‘Isso impacta muito’, pontua. ‘O problema da violência está na base. É lá que temos que começar a mudar as coisas.’
A professora deve voltar a lecionar assim que terminar sua licença.
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