‘Não são só médicos e enfermeiros’: maqueiros são a frente da linha de frente no combate à covid-19 em hospitais
Antônio Soares, de 57 anos, não tem muita habilidade com smartphones, muito menos com as redes sociais. Mas, na última semana, ele gastou alguns bons minutos lendo comentários direcionados a ele.
“Obrigada pelo trabalho.”
“Todo o meu respeito.”
“Gratidão.”
Os comentários eram relacionados a uma foto postada por seu filho, João Soares, um estudante de Direito de 30 anos, que mostrava o pai vestido com todos os equipamentos de proteção, no hospital onde trabalha em Mossoró, no sertão do Rio Grande do Norte.
Ele estava pronto para mais um dia no combate à pandemia de coronavírus. Até a quinta-feira (23), a cidade potiguar tinha 110 casos da doença e oito óbitos registrados, segundo o boletim mais recente da Secretaria de Saúde do Estado.
“Sempre senti orgulho da minha profissão, mas dessa vez eu senti ainda mais. Os hospitais não são só médicos e enfermeiros. São também copeiros, recepcionistas, limpeza, manutenção”.
Antônio trabalha há 37 anos em hospitais, 20 deles como maqueiro, carregando e movendo pacientes que chegam ou que já estão internados.
O seu trabalho, agora mais conhecido após a publicação que viralizou no Twitter, inspirou relatos de filhos desses profissionais que trabalham em unidades de saúde.
A ideia, diz João, era adicionar outras profissões ao rol daquelas que estão sendo homenageadas com a hashtag #ProfissionaisdeSaúde.
“Claro que os médicos e enfermeiros são importantíssimos, não negamos isso. Mas todos se arriscam igualmente e todos merecem ser reconhecidos”, completa.
Não há dados disponíveis sobre a quantidade de maqueiros contaminados ou afastados por causa da covid-19. Porém, alguns relatos se espalham nas redes sociais.
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