Mais de 1,7 mil cearenses morreram em casa por Covid-19 em 2020, segundo cartórios

A Covid-19 causou 1.710 mortes em domicílio no Ceará, em 2020, de acordo com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Os dados estão no Portal da Transparência, da entidade, e são registros baseados nos atestados de óbitos assinados por médicos em todo o estado. As mortes em casa, no total, aumentaram 66,9% entre 2019 e 2020.

A Arpen aponta o receio das pessoas frequentarem hospitais ou mesmo realizarem tratamentos de rotina durante a pandemia como um dos principais catalisadores desse número, entre outros fatores.

Atendimentos do SVO triplicaram entre abril e julho
Deborah Nunes, diretora do Sistema de Verificação de Óbitos (SVO) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) informa que o equipamento faz a certificação de parte das mortes registradas no estado, e cita situações que influenciaram no número de casos de morte em casa, tanto por Covid, quanto por outras causas.

“Primeiro, por medo de se contaminar, por não conseguir fazer um agendamento; quando conseguiu chegar até a unidade de saúde, não foi atendido por falta de vaga. Isso durante um determinado período, que foi em torno de final de abril até junho — eu acho até que se arrastou até julho — onde ocorreu o pico de casos”, destacou a diretora do SVO. Ela revelou que nesse período (entre abril e julho), os atendimentos do SVO triplicaram, chegando a mil registros por mês.

Além das situações já comentadas, Deborah destacou também as ocorrências de mortes súbitas e/ou casos onde a doença evoluiu de forma grave. “Nós tivemos alguns casos em que a pessoa não estava tão grave, provavelmente teve alguma apresentação atípica da doença, ou a doença foi agravada por alguma outra condição que a pessoa já tinha, alguma comorbidade — que muita gente tem e, às vezes, nem sabe que tem”, complementou.

Morte por SRAG fora de hospitais aumentou 4.433%
A Arpen também divulgou que as mortes por Causas Respiratórias fora de hospitais no Ceará cresceram 116%, sendo a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) a que registrou a maior variação (4.433%). Os óbitos cresceram também por septicemia (111%), causas indeterminadas (59,7%), pneumonia (24,4%) e Insuficiência Respiratória (25,7%).

As mortes por causas cardíacas fora dos hospitais também cresceram em 2020, com aumento de 98,1% na comparação com o ano anterior. Neste caso, o maior aumento se deu nas chamadas causas cardiovasculares inespecíficas (187%), principalmente porque o falecimento ocorre sem assistência médica, dificultando a qualificação da doença, como alerta a Arpen.

Crescimento de mortes/causas fora de hospitais:

• Causas respiratórias (116%)
• Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentou 4.433%.
• Septicemia (111%)
• Causas indeterminadas (59,7%)
• Pneumonia (24,4%)
• Insuficiência Respiratória (25,7%)

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