Devendo R$ 6,3 bilhões ao Brasil, Maduro pede investimentos
Durante encontro com jornalistas, nesta segunda-feira (29), o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo aos empresários brasileiros para que voltem a fazer negócios investindo em seu país.
No discurso, o substituto de Hugo Chávez expressou seu sentimento de manter uma boa relação comercial com o Brasil e criticou o movimento de direita que fez com que os dois países rompessem diplomaticamente nos últimos quatro anos.
Esperamos que ninguém nunca mais feche as portas entre o Brasil e a Venezuela – declarou Maduro que, durante o governo de Jair Bolsonaro, ficou impedido de entrar no país e não teve sua liderança reconhecida. Na época, o governo brasileiro aceitou seu opositor, Juán Guaidó, como presidente da Venezuela.
Para atrair os empresários brasileiros, Maduro falou que seu país está crescendo após eles adotarem uma “economia de guerra” por causa de todas as resistências que a nação passou a enfrentar.
– A resistência nos levou a uma economia de guerra e assim podemos trilhar um caminho para o crescimento. No ano passado, nossa economia cresceu 15% e este ano, segundo o FMI, teremos um crescimento de 5% – adiantou.
E continuou:
– A Venezuela está de portas abertas, com todas as garantias, para os empresários brasileiros, para que voltemos ao tempo de trabalho conjunto, de investimento e crescimento econômico.
DÍVIDA BILIONÁRIA
A dívida da Venezuela junto ao governo brasileiro totaliza cerca de 1,27 bilhão de dólares (R$ 6,3 bilhões na cotação atual) até esta segunda-feira (29) no que se refere ao inadimplemento em exportações brasileiras de bens e serviços que contrataram o Seguro de Crédito à Exportação, lastreado no Fundo de Garantia à Exportação (FGE). As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
De acordo com a pasta, as operações foram financiadas em sua maior parte pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), porém, há operações com financiadores estrangeiros. A dívida totaliza 1,268 bilhão de dólares (R$ 6,3 bilhões), sendo 1,095 bilhão de dólares (R$ 5,5 bilhões) referente a valores já indenizados pelo FGE; e 53,987 milhões de dólares (R$ 270 milhões) referentes a indenizações a serem pagas pelo FGE.
*Com informações AE