Biólogo morre com Covid-19 e deixa cães para adoção em Fortaleza

Após a morte do biólogo Francisco Rafael Agostinho pela Covid-19, seus quatro cachorros ficaram sem lar. Familiares organizaram uma ação virtual para garantir a adoção dos animais. Billy e Marronzinha foram adotados ao longo desta semana, enquanto Suzy e Valente seguem sem um local para ficar. Todos os cachorros foram resgatados da rua e foram cuidados e acolhidos por Rafael antes de ele contrair a doença.

Rafael, de 36 anos, começou a apresentar sintomas no começo de abril; em 4 de maio ele foi internado e, apesar de ter apresentado melhoras, veio a falecer após uma parada cardíaca na segunda-feira (11), no Hospital Instituto José Frota (IJF).

Adoção de animais de rua

Conforme a ex-mulher do biólogo, Monaliza Reis da Rocha, de 36 anos, adotar os animais da rua nunca foi um plano para Rafael, este sempre realizava a ação ao se deparar com a necessidade do animal. “A gente não queria, mas o animal estava precisando, e ele tinha a humanidade de pensar no próximo. Ele sempre foi assim”, afirma a autônoma.

Valente foi adotada após ser agredida e perder um olho, enquanto Suzy foi acolhida por Rafael para tratar da sarna.

Pérola, cadela que pertencia a biólogo que morreu com Covid-19, está disponível para adoção — Foto: Arquivo pessoal

“Eles estão na residência dele [Rafael]. O irmão dele está indo cuidar todo dia dos animais. Eu levei para tosar, para tomar banho na sexta, tomaram remédio para carrapato e verme”, explica.

Monaliza afirma que pessoas interessadas na adoção podem entrar em contato com ela pelo número (85) 99192.0733.

Por Suzy ser uma cachorrinha com mais idade, Monaliza Reis acredita que a pouca procura por ela esteja relacionada a esse fato. Uma alternativa encontrada pela autônoma foi buscar um lar para um dos seis cachorros que já se encontram na casa dos pais do Rafael. Assim, ao colocar um para adoção, os familiares do biólogo teriam um espaço para acolher a cachorrinha com mais idade.

“Se eu doar a Pérola, que é uma cachorra saudável, eu posso levar a Suzy que é idosa para a casa dos pais do Rafael”, explica. Pérola tem apenas um ano e recebe todos os cuidados necessários. “Acho que é mais fácil para pessoa adotar a cachorrinha, porque ela é uma criança. É muito bem tratada”, finaliza a autônoma.

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