Lula chora ao falar da anulação de suas condenações na Lava Jato e culpa Operação pela morte da ex-esposa

O ex-presidente Lula se reuniu nesta sexta-feira, 16, com as principais lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) em encontro virtual e se emocionou ao falar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) proferida ontem, 15, que anulou suas condenações no âmbito da Operação Lava Jato. Lula chorou ao confessar que lidava não apenas com um impasse político, mas também pessoal, na tentativa de “limpar o nome da família”.

As informações são da coluna de Mônica Bergamo para a Folha de S. Paulo. Segundo a colunista, que fez contato com membros que estavam presentes no encontro, Lula atribuiu à Operação Lava Jato a culpa pela morte da sua ex-esposa Marisa Letícia, que faleceu em 3 de fevereiro de 2017, em decorrência de um AVC. A ex-primeira-dama era alvo de investigações pela compra de um apartamento triplex na cidade do Guarujá.

Em decisão recente, a Justiça de São Paulo reconheceu que Marisa Letícia desistiu da compra do imóvel alguns anos após adquiri-lo na planta, em 2005, por conta de atrasos na entrega. A 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou ainda que as construtoras envolvidas no empreendimento restituíssem 100% do valor pago pela propriedade à família de Marisa. O triplex localizado no litoral paulista resultou na condenação e posterior prisão de Lula, em 7 de abril de 2018. A acusação era de que o imóvel representaria uma suposta propina da empreiteira OAS, oferecida ao petista em troca de favores na Petrobras.

No encontro virtual desta sexta-feira, também estavam presentes a ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. O assunto principal foi a votação no plenário do STF de ontem, que decidiu, por 8 votos a 3, reiterar a decisão do ministro Edson Fachin do último dia 8 de março, que considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar os processos contra Lula.

Com a decisão confirmada nesta quinta, o petista teve seus direitos políticos recuperados mais uma vez, podendo disputar a eleição à presidência, se assim desejar.

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