Motoboy solidário faz entregas grátis para que idosos não saiam de isolamento social
O motoboy Wallace dos Santos Soares, de 29 anos, resolveu se solidarizar com os idosos durante o período de isolamento social por causa da Covid-19. Morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ele decidiu se voluntariar para fazer pequenas entregas para estas pessoas que são do grupo de risco e devem evitar sair de suas casas.
“Eu resolvi postar na internet que estava disposto a fazer pequenas entregas para pessoas idosas que não têm auxílio de ninguém. Eu trabalho em dois horários, de manhã no delivery de refeição e à noite entregando lanches. Então, eu resolvi tirar a minha tarde duas vezes na semana para fazer isso. Eu sempre explico que eu não cobro nada para fazer essa boa ação nesse momento que estamos vivendo”, afirmou Wallace.
O trabalho “simples” foi muito valorizado pelos idosos que estão em isolamento. A aposentada Lucília de Souza, de 73 anos, recebeu suas máscaras através da ação do motoboy solidário e aprovou a ação.
“Ele veio entregar as minhas máscaras porque estou em isolamento. No meu caso, foi ótimo. Eu sou idosa, estou isolada. Eu soube que tinha esse rapaz Wallace, um motoboy solidário que poderia me entregar as máscaras. Eu achei uma atitude louvável, felizmente ainda existem pessoas assim no mundo. Um ato de solidariedade, eu gostei muito”, contou Lucília.
Em entrevista, Wallace afirmou que tenta ajudar da melhor forma possível já que não pode se dedicar exclusivamente à iniciativa por ter dois empregos. Ele afirmou ainda que é gratificante fazer as entregas e disse que algumas pessoas estão com muito medo da pandemia.
“A gente vai tentando se unir do jeito que pode. A gente tem pouco recurso, mas se a gente ajudar e poder fazer um pouquinho, esse pouquinho faz diferença. Se a gente procurar ajudar o próximo, lá na frente seremos recompensados”, disse Wallace.
“Quando eu chego lá, os idosos reconhecem meu gesto, falam ‘muito obrigado mesmo’. É gratificante. Elas estão com muito medo até de pegar a encomenda na porta. Tem umas que a gente não fala muito, evita contato porque estão com medo de se infectar”, completou o motoboy.